Pesquisador cataloga jargões dos evangélicos em mestrado no MS

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“Vaso”, “Vasa”, “Retété”, “Chuta que é laço”... esses são alguns exemplos de jargões do “Evangeliquês” que foram identificados e catalogados por Wagner Pavarine Assen durante o mestrado acadêmico em Letras na unidade de Campo Grande da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Wagner Assen frequentou atividades evangélicas neopentecostais durante dois anos (2014 e 2015), em Campo Grande, e, embasado pelos conhecimentos da sociolinguística e da variação linguística, se atentou as expressões utilizadas pelos grupos.

“Desde o começo da graduação eu sempre trabalhei com gírias e estudo da poesia do rap, isso me fez ver algumas segregações em relação as tribos e os modos de falar. Por estudar sociolinguística eu percebi que existe uma separação através da língua, como usar, assim como as tribos, as questões de roupa e etc”, ressaltou o pesquisador.

De acordo com os teóricos Peter Burke e Dino Preti, as gírias ou jargões funcionam como marca expressiva de pertencimento. É a fala particular do grupo (comunidade linguística), sendo assim deve-se considerar a relação entre linguagem e todo fator externo que a influencie significativamente.

“Notou-se que o uso dos jargões não se fazia de modo espontâneo, mas usados premeditadamente, pois carregam em si o todo ideológico que modifica a fala. Usar jargões requer, anteriormente, seleção para o uso. O que pode causar a variação etária, por exemplo, setores mais jovens não se utilizam de jargões da classe com mais idade”, explicou Assen.

Segundo a pesquisa, que foi orientada pelo professor Nataniel dos Santos Gomes, os jargões evangélicos surgiram a partir do uso do texto sagrado da Bíblia, escrita em outra cultura, num outro tempo e por outro povo. O uso frequente faz com que se utilizem tais expressões como identidade do grupo.

Confira alguns dos jargões catalogados:

 

Fonte: UEMS

 


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